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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A Importância de (re)conhecer

Olá!

Ao construir o relatório, que especifica o andamento para a construção do livro, falei muito da importância de não deixar cair no esquecimento histórias como as retratadas no livro, como forma de manter viva a nossa própria história. É uma forma de alertar a todos: aos que gostam de política e participam dela efetivamente e a todos aqueles que dizem não crer no sistema político nacional. Não se engane, você não é apolítico. Mesmo votando em branco nas eleições, mesmo não querendo saber de nenhuma atividade política e achando todos corruptos, até em ações simples do dia-a-dia você pratica política.

Política é a ciência da escolha, da decisão. Ouvir isso certa vez na faculdade e acredito bastante nisso. E, li um artigo hoje no site da revista Caros Amigos que se encaixa perfeitamente nesta idéia. Mostra que a ditadura pode ter acabado no papel, mas suas consequências ainda trazem alguns efeitos colaterais. Transcrevo alguns trechos aqui.

Os Honoráveis Bandidos e o Holocausto Brasileiro
Por: Claudio Ribeiro

Frase tantas vezes dita e repetida, o tempo que passa é o tempo que nos resta. O levantamento histórico e documentado do período ditatorial deve ser efetivado sem mais demora.

Se a anistia destina-se à pacificação de ânimos de pessoas atingidas em certo momento histórico por atos ilegais, perseguições, prisões arbitrárias, torturas generalizadas, assassinatos e desaparecimentos, hoje a luta contra a repetição de violências semelhantes e a busca da verdade e da justiça devem andar de mãos dadas.
A importância de esquecer impõe a necessidade de lembrar. Ninguém pode apagar o que não foi escrito, nem se esquece daquilo que não é lembrado. O esquecimento exige o confronto com o passado.

Por essa razão, a revisita à memória dos anos vividos sob a batuta dos tacões militares (e da concepção de segurança nacional ainda decantada em certos espaços institucionais e meios sociais) possibilita recordar e detectar seus fins e seus meios: A ditadura militar não foi implantada no Brasil (e nos demais países da América do Sul) para derrotar o comunismo ou comunistas. Como Hitler na Alemanha, que içou bandeiras contra judeus e comunistas, no Brasil a bandeira do anticomunismo foi erguida apenas para esconder o verdadeiro holocausto brasileiro, a implementação de uma política econômica de subtração de rendas (e riquezas) das classes trabalhadoras através do confisco salarial e da modernização conservadora do campo para transferi-las à elite patrimonialista brasileira.

Se a ditadura veio para isso, como é possível alguém dizer que ela acabou? A política econômica continua, e agora mais protegida, não mais pelos quartéis, mas pelo Banco Central.
(...)

A censura e a mordaça (sobre o Judiciário inclusive) foram empregadas com todo vigor e, em alguns e raros casos, com prisões e cassações. O levantamento apurado de todos esses acontecimentos e a punição dos responsáveis (sem sanhas marcadas pela vingança ou revanchismo) são indispensáveis para estabelecimento de um alicerce sólido à construção de um Estado Democrático de Direito, onde as pessoas possam conviver com afeto e solidariedade e não, como hoje, com desconfianças recíprocas, um Estado, onde os crimes sejam punidos sem distinguir as classes sociais dos criminosos, onde os Poderes inerentes à Democracia ajam com absoluta transparência em benefício do Povo e não, de privilégios e privilegiados.

Países como a Argentina e o Uruguai, mergulhados em ditaduras brutais já vivem uma realidade menos violenta porque a História está sendo revista e escrita, os responsáveis, os cabeças e os torturadores mais doentios, punidos. Se os ladrões ainda continuam, quase todos, desfrutando dos bens saqueados.
Nós ainda não conseguimos a prestação de contas do passado recente e, por este motivo fundamental, a anistia com todas as suas repercussões deve ser examinada com os olhos presos nesse dever de contribuir para construir a sociedade programada principalmente pelo artigo 3º da Constituição Federal.

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Para ler o artigo completo, acesse: http://carosamigos.terra.com.br/index2/index.php/artigos-e-debates/2246-os-honoraveis-bandidos-e-o-holocausto-brasileiro

Abraços!

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