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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Ideais traídos

Olá!

Primeira postagem de 2012. Demorou, mas o blog está voltando à ativa.



Neste post, trago para você matéria da Revista "Aventuras da História", edição nº 34, que traz relatos sobre livro escrito pelo general linha-dura Sylvio Frota. Para quem estuda ou estudou essa época da história política do nosso país, com certeza já ouviu falar desse general, que usou de todo sua 'força' militar, através de ideais e ações. Esse livro foi lançado pelo seu filho, o também militar, Luiz Pragana da Frota, pouco após a morte do pai. Confira. Ah, e ele está à venda nas Americanas.com.



Ditadura: Visão de um linha-dura

"A revolução de 1964 exalou seu último suspiro quando o presidente Médici desceu a rampa do Palácio do Planalto. A partir daí começou a cavilosa contra-revolução branca do general Ernesto Geisel.” A frase sintetiza a essência do livro Ideais Traídos, escrito entre o fim dos anos 70 e o início dos 80 pelo general linha-dura Sylvio Frota, ex-ministro do Exército do governo Geisel entre 1974 e 1977. Os tais ideais traídos foram os do golpe de 1964, que Frota chama de “revolução”. Os traidores, o ex-presidente Geisel e membros do governo.


Frota morreu em 1996, mas seu filho, o contra-almirante da reserva Luiz Pragana da Frota, passou os últimos anos às voltas com os originais do livro do pai. “Ele queria que fosse publicado depois que ele morresse e eu não estivesse mais na ativa”, diz. No livro, Sylvio Frota avalia que Geisel tinha tendências à esquerda. Diz que nunca tramou contra o presidente, mas, sim, foi vítima de uma armação. E chega a afirmar que não houve tortura durante os anos 70 – para ele, as notícias de violências contra presos políticos seriam “vis e covardes imputações feitas a homens que (...) lutavam pela preservação do regime democrático e pela conseqüente tranqüilidade da família brasileira”.


Concordando-se ou não com a ideologia do autor, o livro é um documento histórico. Traz não só a versão da linha-dura – matéria rara –, como fotografias, cartas e documentos, alguns sigilosos. Como dizem na apresentação do livro os historiadores Celso Castro e Maria Celina D’Araújo, pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas, “a leitura desse livro, passadas três décadas dos eventos que narra, dá uma dimensão da grave crise político-militar vivida durante o governo Geisel”. Foi durante esse governo que o jornalista Vladimir Herzog foi morto. Mas, por outro lado, começou a política de distensão lenta e gradual da ditadura – política que ia contra os objetivos da linha-dura, que teve em Frota seu principal representante.

Entrevista
História – Algo o surpreendeu no livro?
Luiz Pragana da Frota – Papai deixou nas entrelinhas o fato de que, apesar de na época ter estado convencido de que as mortes do jornalista Vladimir Herzog e do operário Manoel Fiel Filho foram suicídios, anos depois ele já não estava mais tão certo. Ele suspeitava de um excesso de coincidências. E sugere uma suspeita de que alguns grupos dentro do governo pareciam interessados na crise.

Como era ser filho de um linha-dura?
Papai era muito afável comigo, mamãe e minha irmã. Tinha muitos amigos, era extrovertido, sociável. E nunca interferiu na minha escolha pela carreira militar, não se importaria se eu quisesse outra coisa. Só era muito rígido nos estudos.

Um comentário:

  1. Covardia: protestos de rua contra Supremo e Congresso não confessam que fraude comunista tem origem nos Generais do Estado Maior.

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