Achei bem interessante este post do blog "Em Cartaz na Web" e resolvi transcrevê-lo aqui.
Um dos maiores hinos anticensura escritos durante a ditadura militar, "Cálice" é um desses casos em que uma versão muito conhecida confunde a autoria da música na cabeça de um monte de gente. Apesar de ter ficado famosa na voz de Milton Nascimento, o parceiro de Chico Buarque na composição foi Gilberto Gil.
A música deveria ter feito sua estreia num especial da PolyGram em 1973. A censura, no entanto, não gostou nada do que ouviu e proibiu que ela fosse cantada. Chico e Gil tocaram mesmo assim, mas com Gil soltando palavras aleatórias no lugar da letra e Chico apenas pontuando as estrofes com "cale-se". Acabaram com os microfones desligados. As imagens do vídeo abaixo não são do show, mas aí está a versão censurada de Chico Buarque e Gilberto Gil.
Cinco anos depois a música foi liberada e Chico achou importante registrá-la em disco. Gilberto Gil estava mudando de gravadora e por esses absurdos contratuais da era pré-mp3 não pôde participar, abrindo espaço para Milton Nascimento.
A música foi um sucesso e ainda em 1978 ganhou também versão de Maria Bethânia, que no vídeo abaixo se apresenta no "Fantástico".
Muitos e muitos anos depois Pitty fez uma versão rock de "Cálice", bem ao gosto do novo milênio.
Acontece que desde que essa música foi escrita o país mudou muito. Então a letra mereceu uma revisão para se adaptar ao mundo do rapper Criolo. Ele mora no Grajaú, na Zona Sul de São Paulo e não na Zona Norte do Rio, e mostrou nessa versão que suas referências vão muito além do rap.
Nenhum comentário:
Postar um comentário