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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Renúncia de Jânio Quadros completa 50 anos


Faz hoje 50 anos que Jânio Quadros renunciou à Presidência, sete meses depois da posse. Fora eleito com mais de 48% dos votos e desfrutava de grande autoridade e popularidade. Mas, porque então ele renunciou?E qual a ligação entre esta renúncia e a Ditadura Militar?


Jânio teve uma carreira meteórica: em sete anos passou de prefeito de São Paulo (1953) a governador (1954) e presidente eleito (1960). Apesar do reconhecimento durante seu governo municipal e estadual, pelo combate contra a corrupção e outras atividades, na Presidência somente reforçou suas características mais conservadoras. Não teve problemas com o Congresso: aprovou tudo o que considerava importante. Fez um governo bipolar. Adotou um programa econômico conservador. Desvalorizou a moeda, e a inflação subiu.Preocupou-se muito com coisas irrisórias. Como exemplo, proibiu o uso dos biquínis nas praias brasileiras.

Sua renúncia, para a população parecia um golpe para encerrar sua carreira política para ele tinha a intenção de ser um golpe de sorte. De forma abrupta resolveu abandonar a Presidência. Foi uma ação tão intempestiva que até assustou os ministros militares, que não foram consultados e nem tinham um plano para um golpe, apesar de suas simpatias pelo autoritarismo janista. Imaginou que retornaria a Brasília nos braços do povo e com amplos poderes. Puro delírio. E passou três décadas tentando explicar a renúncia.


Após esse fato, instaurou-se uma crise política nacional. Muitos políticos não queriam aceitar a posse do vice, João Goulart. Naquela época, presidente e vice podiam ser de bases e coligações políticas diferentes, já que cada um era votado separadamente. Muitas barreiras foram impostas para que não fosse cumprida um direito constitucional, o de o vice assumir quando o presidente não pudesse fazer isto.


Por fim, após muito tumulto, Jango (como João Goulart era conhecido) assumiu o poder. Jango no momento fazia uma viagem à China comunista, mas assumiu o poder – fato que reforçou a resistência das elites conservadoras e militares, e que, no fim, culminaria com o golpe militar de 1964.

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