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sexta-feira, 9 de março de 2012

Reconhecimento das Mulheres - Repare Bem e Vou Contar para os Meus Filhos

No último dia oito de março, como muitos sabem, foi comemorado o Dia Internacional da Mulher. E, este ser, de tão enorme força e importante para a construção da história de todo o mundo também teve papel importante durante a Ditadura Militar brasileira. E, dando o real valor a estas mulheres, a Comissão de Anistia está realizando, desde ontem, uma programação especial para as mulheres.

“A comissão resolveu fazer essa atividade especial em homenagem às mulheres que foram perseguidas durante a ditadura militar”, disse Paulo Abrão, presidente da Comissão de Anistia.

Dois pontos desta programação me chamaram a atenção. Tratam-se dos filmes-documentários “Repare Bem” e “Vou Contar para Meus Filhos” e trazem ditadura como temática, ligado às mulheres. Logo abaixo, falo um pouco mais desses dois vídeos:


Repare Bem

O pré-lançamento deste filme foi no próprio dia 8 e conta com o roteiro e direção da cineasta portuguesa Maria de Medeiros (foto). Apoiado pelo projeto Marcas da Memória, mantido pela comissão para promover o direito à verdade e à memória, o documentário trata da história de três gerações de mulheres perseguidas políticas, a partir do relato de Denize Crispim e Eduarda Leite.

A história de "Repare Bem", enfoca a vida de Eduarda, que cresce sem conhecer o país de origem e sem conhecer o pai, Eduardo Leite, o "Bacuri", morto pela ditadura após 109 dias de tortura. Eduarda só conseguiu incluir o nome do pai na certidão de nascimento em 2009, por determinação da Comissão de Anistia. Esse direito foi negado até publicação da portaria de anistia da sua mãe, Denize Crispim.


Denize é filha da ex-presa política Encarnación Lopes Perez e do militante comunista e deputado constituinte, em 1946, José Maria Crispim. Seu irmão Joelson foi assassinado aos 22 anos pela ditadura militar e sua mãe foi presa. Denize, após se envolver com Eduardo Leite, ficou grávida de Eduarda, que nasceu em um hospital militar. O pai da criança foi torturado e assassinado e o casal nunca mais se viu. Denize tentou reconstruir a vida no Chile e, depois do golpe de Pinochet, seguiu para a Itália com a filha como clandestina.

O filme, resultado do projeto “Marcas da Memória”, mantido pela Comissão de Anistia, será uma exibição especial, já que seu lançamento oficial só acontece em outubro, em um festival. Após a sessão, haverá um debate com a diretora do filme.


Vou Contar para Meus Filhos

Já hoje (sexta-feira, 09), será lançado outro documentário produzido pelo Projeto “Marcas da Memória” em parceria Grupo Tortura Nunca Mais de Pernambuco. Intitulado “Vou Contar para os meus Filhos”, o documentário aborda o reencontro das 24 ex-presas políticas, entre 69 e 79, na Colônia Penal de Recife. O evento tem entrada Catraca Livre.

A diretora Tuca Siqueira traz Vou contar para os meus filhos, que reconstitui o cenário existente entre os anos de 1964 e 1985, quando a ditadura regeu o Brasil.

Abaixo, segue o teaser do documentário.


Abraços!


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