“Não luto contra pessoas, luto contra o sistema que explora e esmaga a maioria do povo”.
(Gregório Bezerra. 1900 – 1983)
Olá!
Antes de começar a história deste post, queria agradecer a minha colega, jornalista, assessora Cidinha França que fez questão de me passar às informações sobre isso.
Muitos personagens marcaram a luta contra o Regime militar de 1964 a 1985. Muitos nomes se sobressaíram por sua enorme vontade de ir além. E, um desses nomes é o de Gregório Bezerra. E é, buscando resgatar este ícone da época da Ditadura que será lançado, nesta terça-feira (13), na quadra de Esportes da Escola Joaquim Nabuco – Centro de Panelas, o livro “GREGÓRIO BEZERRA – MEMÓRIAS”. A partir das 19 horas, o público poderá ter uma grande aula de história nacional contando, além da presença de Jurandir Bezerra, filho de Gregório Bezerra, Roberto Arraes que ministrará uma palestra à cerca da trajetória de vida de Gregório Bezerra.
O leitor poderá encontrar no livro, depoimentos que abrangem o período entre seu nascimento (1900) até a libertação da prisão em troca do embaixador americano sequestrado, em 1969, e termina com sua chegada à União Soviética, onde permaneceria até a Anistia, em 1979. No exílio começou a escrever sua autobiografia. A primeira publicação deste livro foi em 1979, e nesta nova edição conta com fotografias e textos inéditos.
O livro conta com a contribuição decisiva de Jurandir Bezerra, filho de Gregório, que conservou a memória de seu pai; da historiadora Anita Prestes, filha de Olga Benário e Luiz Carlos Prestes, que assina a apresentação da nova edição; de Ferreira Gullar na quarta capa; e de Roberto Arraes no texto de orelha. Há também a inclusão de depoimentos de Oscar Niemeyer, Ziraldo, da advogada Mércia Albuquerque e do governador de Pernambuco (e neto de Miguel Arraes) Eduardo Campos, entre muitos outros.
Nascido em Panelas, no Agreste pernambucano, a 180 km de Recife, Gregório era filho de camponeses pobres, que perdeu ainda na infância, e com cinco anos de idade já trabalhava com a enxada na lavoura de cana-de-açúcar. Analfabeto até os 25 anos de idade e militante desde as primeiras movimentações de trabalhadores influenciados pela Revolução Russa de 1917, Bezerra teve papel de destaque em importantes momentos políticos da esquerda brasileira, e por conta disso totalizou 23 anos de cárcere em diversos presídios e épocas.
Não foi um homem de letras, mas um grande observador e um brilhante contador de histórias. Foi deputado federal (o mais votado em 1946) pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), ferrenho combatente do regime militar, e por essa razão protagonizou uma das cenas mais brutais da recém-instalada ditadura pós-golpe de 1964: capturado, foi arrastado por seus algozes pelas ruas do Recife, com as imagens tendo sido veiculadas pela TV no então Repórter Esso. A selvageria causou tamanha comoção que os registros da tortura jamais foram encontrados nos arquivos do exército.
Sua história é incrível. Importante para o estudo da história política nacional. Um bom evento.
Serviço
Lançamento de nova edição do livro “Gregório Bezerra – Memórias”
Onde: quadra de Esportes da Escola Joaquim Nabuco – Centro, Panelas(PE)
Quando: 13 de março de 2012
Hora: 19h
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